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Root Canal

Tratamentos integrativos e biológicos

Quando uma lesão de cárie não é tratada e/ou detetada a tempo, as bactérias atingem a polpa dentária produzindo estados inflamatórios graves chamados de pulpite que podem ainda evoluir para infeção, abcesso e/ou necrose do dente. Nestas situações, a medicina dentária tem como opção de tratamento a endodontia (desvitalização) do dente. Este procedimento consiste na limpeza e remoção da polpa/nervo afetado e consequente substituição deste espaço por um cimento de obturação. Na verdade, esta solução é a única que permite manter o dente em boca ao mesmo tempo que se consegue tratar a dor.

Porém, estes tratamentos, na perpespetiva da medicina dentária integrativa têm sido alvo de bastante estudo e alguma polémica ao longo dos últimos anos, nomeadamente pela suspeita de relação da presença de dentes desvitalizados com estados inflamatórios sistémicos, crónicos, por vezes silenciosos e assintomáticos, que poderão destabilizar o funcionamento do sistema imunitário e servir de fatores “gatilho” ao aparecimento de doenças.

Quando um dente está desvitalizado “ou morto” acaba por perder todos os seus mecanismos fisiológicos de regulação. Além disso, a propriocepção e o sinal de alerta enviado normalmente através da existência de dor dificilmente existem. Assim, ao longo dos anos, e de uma forma silenciosa, os microrganismos vão ficando armazenados nos milhares túbulos dentinários existentes na raiz do dente produzindo e libertando toxinas para o corpo. Com o passar dos anos este tipo de tratamentos pode sofrer recidivas com alguma frequência gerando abcessos na porção apical e lateral das raízes e por vezes fraturas da raiz.

A problemática da colonização bacteriana nos túbulos dentinários obturados e os novos métodos para reduzir esses riscos tem sido alvo de estudo e desenvolvimento contínuo na comunidade ciêntifica. Porém, o diagnóstico frequentemente efetuado pela radiografia é insuficiente para avaliar a presença dessas colónias em redor dos dentes e nos túbulos, uma vez que as toxinas não são detetadas no raio x.

Assim, na consulta de medicina dentária integrativa e biológica, procuramos avaliar profundamente os dentes desvitalizados, correlacionado o possível contributo que poderão ter no equilíbrio da saúde de cada paciente em específico, a fim de serem tomadas as melhores e mais sensatas decisões. Neste sentido, devem ser tidos em conta diversos aspetos, desde o impacto que uma extração poderá ter naquele paciente, aos conflitos do inconsciente que poderão estar associados, ao estado de saúde e capacidade da resposta imunitária, etc.

Quando necessário tratamento endodôntico, o mesmo deve ser efetuado sempre ao microscópio e por profissionais devidamente especializados para o efeito.

A limpeza dos canais radiculares com ozono, tem também sido alvo de estudo nos últimos anos, podendo ser um procedimento com um contributo acrescido na desinfeção, pelas suas propriedades antibacterianas, anti-fúngicas e anti-virais.

Alguns estudos referem que existe uma correlação entre a diabetes e a maior prevalência entre lesões no ápex da raiz de dentes endodonciados. Por outro lado, a periodontite apical, doença inflamatória crónica do tecido em redor das raízes dos dentes causada pela invasão bacteriana, tem sido relacionada também com inúmeras doenças sistémicas, como enfarte do miocárdio, endocardite, depressão, doenças auto-imunes, como a artitrite reumatóide.

Neste sentido, o mais importante é atuar de forma preventiva, implementando medidas e cuidados que evitem a necessidade de desvitalizações: