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Amálgamas dentárias

As amálgamas (vulgarmente conhecidas como “o chumbo nos dentes”) são
materiais de restauração dentária que contém uma mistura de metais na sua
composição, como prata, cobre, estanho e mercúrio e que podem afetar
bastante a sua saúde.

A sua elevada durabilidade e resistência tornou este material muito atrativo pelo mundo fora sendo que ainda hoje nos deparamos com muitas bocas
restauradas com amálgama.

É sabido que os metais são materiais muito reativos com uma elevada condução térmica e elétrica e a cavidade oral um ambiente muito adverso, e instável e com inúmeros fatores indutores de corrosão destes materiais. Na
boca temos diariamente choques térmicos, mecânicos, químicos que ocorrem pela ingestão de alimentos, diferenças de pH e temperatura, escovagem e mastigação. Estes procedimentos levam a que as amálgamas vão apresentando corrosão e libertando alguns destes metais ao longo dos anos.

Segundo a OMS o mercúrio é um dos metais mais tóxicos para a saúde e a sua toxicidade é cumulativa ao longo dos anos. O metil-mercúrio é a forma
mais perigosa, e as bactérias presentes na cavidade oral são consideradas excelentes metiladoras do mercúrio libertado por estes materiais de restauração.

Assim sendo, o impacto que estes materiais têm para a saúde tem sido um tema bastante abordado na literatura ao longo dos últimos anos. Dependendo da susceptibilidade de cada pessoa, estes materiais podem desencadear ou agravar algumas doenças.

A susceptibilidade de cada pessoa é determinada pela coexistência de diversos fatores,  incluindo a presença de outras condições de saúde, o número de obturações de amálgama na boca, o sexo, a predisposição genética, a quantidade placa bacteriana acumulada , o consumo de leite ou álcool, o nível de oxidação e capacidade de desintoxicação, os níveis de metilmercúrio do consumo de peixes bem como o potencial do mercúrio das amálgamas em ser transformado em metilmercúrio dentro do corpo humano.

Doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, doenças auto-imunes, nomeadamente distúrbios da tiróide e articulares são algumas das principais
doenças que podem ter como um dos fatores agravantes a intoxicação por mercúrio.

Sintomas como depressão, fadiga, falta de memória, inchaço abdominal são também alguns sintomas já documentados.

Ao longo dos anos em todo o mundo são excretados para a natureza milhares de toneladas de mercúrio, sendo as amálgamas uma das maiores fontes.
Tendo em consideração que o número de cremações está a aumentar significativamente ao longo dos anos, é urgente parar com a colocação destes materiais e, é também urgente mudar a forma como cada profissional lida com as amálgamas aquando a sua manipulação.

Começamos a assistir a alguma movimentação, ainda que lenta, no sentido de incentivar o não utilização deste tipo de materiais. A Convenção de Minamata, os relatórios da FDA e os incentivos da OMS são alguns exemplos.

Contudo, para a segurança do paciente, do profissional e do ambiente a remoção e substituição das amálgamas dentárias não deve ser feita de qualquer forma.

Na medicina dentária integrativa apoiamos a sua substituição utilizando protocolos rigorosos de segurança. A International Academy of Oral Medicine and Toxicology (IAOMT) desenvolveu um protocolo muito exigente para a remoção das amálgamas em segurança, além disso, dedica-se bastante ao estudo das consequências para a saúde da acumulação de mercúrio proveniente destes materiais dentários ao longo dos anos.

O diagnóstico da intoxicação por metais pesados através de testes específicos e a adequação de um protocolo de desintoxicação e quelação de metais pesados são medidas muito importantes a tomar quando o paciente decide iniciar este tipo de tratamento.

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4 comentários em “Amálgamas dentárias”

  1. Boa Tarde,

    Gostaria de ter alguma informacao sobre remocao de amalgamas em chumbo, e “root canal”.
    Como estou a viver em Londres , havera a possibilidade de ter uma conversa/consulta por video-chamada ou telefone?
    Desde ja agradeco a V/atencao,
    Atentamente
    Bernardo Ruivo

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