Aftas: Entenda as Causas e Aprenda Como Tratar com Soluções Naturais
Ocorrem com bastante frequência e são uma situação que requer uma visão integrativa e abrangente. Resolver uma afta é fácil, o díficil e desafiante é entender porque é que elas aparecem em cada pessoa em particular.
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O que são?
- Vulgarmente chamadas de aftas, caracterizam-se por úlceras de cor branca que aparecem mais frequentemente no interior das bochechas e língua. Podem estar isoladas ou aparecerem em grande quantidade. São dolorosas e demoram a passar (normalmente 7 dias). Podem surgir em todas as idades mas o mais frequente é em pessoas mais jovens.
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Causas:
- As causas podem ser multifactoriais e o grande desafio é descobrir para cada pessoa qual a possível causa para tentar controlar o número de episódios:
– Doenças sistémicas: Hiv, alterações gastrointestinais (celíacos e Doença de Crhon)
– Alimentos: alergia/intolerância/sensibilidade – + frequente ananás ou nozes…
– Défices nutricionais: + frequente Vit. B12, ácido fólico, Vit D
– Alterações do sistema imunitário: quando as pessoas estão doentes ou adoençem com frequencia, febre, etc
– Stress / desiquilibrio emocional: (coincide aqui também muitas vezes quando as aftas aparecem durante a menstruação)
– Trauma: despistar se existe alguma alteração na oclusão que possa favorecer o trauma permanente, próteses mal adaptadas, diastemas, etc
– Meio oral /biofilme: saliva ácida, defice de higiene, ver fungos, placa bacteriana, etc
– Estudos mais recentes procuram associar algumas alterações genéticas e polimorfismos à maior tendência para as aftas e ainda quando a pessoa apresenta níveis de inflamação gerais muito grandes.
- Tratamento: O ideal é que o tratamento seja da causa e não do sintoma. No entanto, perante uma situação de aftas temos que accionar o tratamento sintomático. Segundo um estudo de revisão (em anexo) que inclui a revisão dos estudos publicados no pubmed e Cochrane desde 2012 até 2017, regra geral, os produtos naturais apresentam sempre melhores resultados (ou equivalentes) aos produtos químicos (como os cremes de aplicação tópica à base de corticóides ou que contém anestésico local). Quando se opta por um produto químico dos comerciais é importante verificar a sua composição. Alguns produtos contém álcool que é desaconselhado nestas situações (ex pyralvex).
O que recomendamos?
– Aplicação tópica de mel: Estudos revelam acção bastante superior relativamente aos produtos químicos/medicação ou placebo
– Óleo de Mirra: aplicar localmente na zona da lesão. O óleo essencial de Mirra além de ter uma acção antiinflamatória é um potente cicatrizante porque tem a capaciadade de alterar a expressão do mRNA do colagénio tipo III. Além disso é um óptimo estabilizador emocional
– Ozono: Aplicação tópica de gel ozonizado. Nos casos mais graves aplicar o gás localmente
– Produtos de farmácia: Gel com ácido hialurónio e/ou aloe Vera. Ex: aftamed, gengigel, kincare (este é o único que combina os dois).
– Paralelamente a estes produtos, os pacientes que possuem aftas com frequência devem fazer suplementação com Ómega 3. Os resultados na diminuição da frequencia de episodios, na diminuição da dor e rapidez de resolução são visiveis a partir dos 3 meses de suplementação e são exponenciais ao fim de 6 meses. O omega 3 vai actuar no sistema imunitário e mediar a resposta inflamatória.
Atenção:
Muito importante fazer o diagnóstico diferencial entre aftas e cancro oral. Em anexo envio documento de apoio muito importante para simplificar o diangóstico de possível lesão maligna. Quanto a afta aumenta de tamanho, intensidade e é muito presistente no tempo num doente fumador, consumidor de álcool ou qualquer outro factor de risco, muito importante reencaminhar.
Conclusão:
A história clínica e de vida juntamente com a observação das lesões são fundamentais para o possível diagnóstico da etiologia das aftas. Importante lembrar sempre que muito possívelmente a causa está bem fora da cavidade oral. Despistar acima de tudo doenças sistémicas que possam estar relacionadas, alimentação e modo de vida.
REFERÊNCIA:
Saikaly SK, Saikaly TS, Saikaly LE. Recurrent aphthous ulceration: a review of potential causes and novel treatments. J Dermatolog Treat. 2018 Sep;29(6):542-552.